January 26, 2005

Se7en (1995)

Se7en (1995) - David Fincher

É mais um dia de trabalho para o experiente detective William Somerset. Numa cena do crime igual a tantas outras Somerset conhece o seu novo colega, David Mills. Mills é um novato, impulsivo e temperamental cujo feitio choca imediatamente com a postura calculista e ponderada de William. Juntos, os dois detectives irão trabalhar num caso de contornos macabros onde um assassino se inspira nos 7 pecados mortais para castigar e matar as suas vítimas. John Doe, o assassino, é inteligente, metódico e paciente o que dificultará o trabalho dos dois detectives.

É esta a premissa de um dos mais impressionantes filmes da década de 90 e um dos mais poderosos da história do cinema. O mérito vai em grande parte para o genial argumento de Andrew Kevin Walker (“8 MM”, “Sleepy Hollow”...) que nos impele a atenção desde o instante em que ouvimos Closer (Percursor) dos Nine Inch Nails nos créditos iniciais até ao derradeiro momento onde toda a trama é revelada numa surpreendente apoteose final. Mas a grande fatia do mérito tem de ser atribuída a David Fincher, que na altura em que realizou “Se7en” contava apenas com o mal-amado “Alien3” no currículo, e que transforma este filme num thriller majestoso, hipnotizante e acima de tudo original. O truque do sucesso deste feito de qualidade superior, reside na já referida excelência do argumento, onde o espantoso final assombra e choca até o mais prevenido. Depois temos os actores: Brad Pitt revela-se definitivamente no papel do nervoso Mills, compondo um dos melhores papéis da sua carreira. Morgan Freeman empresta o seu charme ao personagem de Somerset cumprindo com mestria o pessimismo que o papel exige. Mas é Kevin Spacey que impressiona no papel do implacável John Doe, conferindo-lhe um misticismo capaz de nos fazer acreditar que estamos na presença do mal em forma de gente e de deixar John Doe no topo da hierarquia dos eternos vilões do cinema. O talento e olho técnico de Fincher fazem o resto. Uma curiosidade: precisamente neste ano completa-se uma década desde a estreia desta obra-prima...
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***** (Excelente)