Rocky Balboa (2006) - Sylvester StalloneRocky Balboa está mais velho e é agora dono de um restaurante onde passa os serões a contar as antigas histórias dos combates da sua vida. A sua mulher, Adrian, faleceu anos antes. E o seu filho trabalha agora, sob a sombra do peso do nome do pai, algo que o afasta de Rocky. Quando numa simulação de computador a personagem homónima de Balboa vence o actual campeão Mason Dixon, Rocky é desafiado para um último combate de exibição...
Rocky, mais do que um franchise de sucesso, tornou-se com os tempos um ícone admirável, ora pelo carisma do seu personagem ora pelas diversas conotações (principalmente políticas) que os primeiros cinco filmes da saga atravessaram ao longo das décadas de 70 e 80. O primeiro filme, o original, era um misto de drama de realização pessoal com um desporto tradicionalmente violento como o boxe. Era sobre um homem, não especialmente muito culto ou vistoso, mas de bom coração e boas virtudes e que sentia o prazer de se apaixonar enquanto lutava literalmente pela oportunidade única de reconhecimento num desporto que amava. Filadélfia era sempre o pano de fundo. A saga prolongou-se, ganharam-se títulos, morreram amigos, travaram-se batalhas com cariz político e caíu-se para se tornar a levantar. Agora envelheceu-se e regressa-se às origens. Em boa hora assim se pensou e assim tão bem se fez. Já era impossível dissociar esta critica da nostalgia que tão importante saga e o seu impacto teve na minha juventude. Resumi-la a um habitual conjunto de factores técnicos seria impossível. Mas até esses são bons. Stallone atrás das câmaras está melhor que nunca e muito bem em frente delas. O argumento acertou em cheio neste regresso a casa, á exploração dos sentimentos e mensagens de moral, à tristeza da perda, às lembranças de um passado rico e ao enfrentar da velhice. Os secundários recuperados (Burt Young como Paulie e até o mesmo actor, Pedro Lovell, que mais velho regressa como Spider Rico do primeiro filme), principalmente o ainda pouco conhecido Milo Ventimiglia como filho de Rocky, também estão bem. A fabulosa banda-sonora de Bill Conti está lá. E regressa do original, tal como a personalidade de Rocky Balboa, a clareza das mensagens, a sinceridade, a bondade, as lições de vida. É uma despedida terna, um adeus triste e alegre ao mesmo tempo, um final digno de uma saga incontornável. And.. yo Adrian, we did it.
**** (Bom)
