October 24, 2007

Planet Terror (2007)

Planeta Terror (2007) - Robert Rodriguez

Algures no pacato Texas profundo, surge uma ameaça sob a forma de uma arma biológica. Um virus é libertado, contaminando e transformando as pessoas em zombies. Apanhados nesta crescente espiral de sangue, morte e loucura estão, entre outros, o Xerife local e o seu irmão cozinheiro, um casal de médicos, duas irmãs gémeas babysitters, um misterioso estranho e a sua ex-amada, a dançarina Cherry...


Depois de uma revoltante ausência do umbilical "Death Proof" e de uma demora exasperante deste, finalmente estreou por Coimbra uma parte do arrojado projecto "Grindhouse", trabalhado em parceria entre Rodriguez e Quentin Tarantino. Convém situarmos a origem de tudo: confessos apreciadores das matinés grindhouse, sub-género do exploitation onde filmes de muito baixo custo, contendo quase sempre violência gráfica e gratuita, sexo e gore desfilavam em sessões múltiplas diárias, Rodriguez e Tarantino usaram o seu estatuto e as abastadas condições actuais para, de uma forma clara, homenagear o estilo. E assim bem o fizeram porque pelo menos a este "Planet Terror" estilo não falta. Saltando por cima de muitas regras e condições limitativas da própria definição de verdadeiro cinema como arte, foquemo-nos no entretenimento que "Planet Terror" (nos) proporciona. Se existem filmes em que nos devemos soltar de certas amarras mais exigentes, este é um deles. Se há filme em que nunca podemos dissociar a sua componente hommage, "Planet Terror" é definitivamente um deles. Opções que se fazem. Certamente não estaremos longe de errar se presumirmos que os autores elaboraram "Grindhouse" como um enorme rebuçado para muitos espectadores cuja bagagem cinematográfica desce bem mais fundo no que a filmes (geralmente considerados de) "qualidade" diz respeito. E é notório que se divertiram a fazer isso, assim como os restantes intervenientes e isso passa para o espectador. Passa, mesmo para o mais exigente e o que não tolera facilmente exotic dancers pernetas que salvam o dia com uma metralhadora encaixada no sitio onde devia estar uma prótese. Pode-se discordar, que Taratino & Rodriguez não tentaram criar um grindhouse, mas sim recriar. E que tiveram bastante mais dinheiro para o fazer. Mas tiveram o mérito de, se em alguns momentos nos apercebemos da artificialidade e do demasiado óbvio piscar de olho, isto não interferir com o entretenimento e o gozo que a maioria das sequências e "Planet Terror" em si nos dá. Quase tudo aqui é exagero e puro devaneio. Mas sendo tudo atravessado por uma coolness e uma deliciosa auto-paródia do sub-género, torna-se impossível não perdoar. Quase todos os actores (quase todos inseridos nas veias recuperadoras de ex-estrelas e referências mais ou menos obscuras, de Tarantino & Rodriguez) se ajustam, sem muita dificuldade, a este mundo louco. Com natural destaque para um Josh "Nick Nolte" Brolin e para Rose McGowan, essa pura dinamite em forma de mulher, capaz de queimar película com a... sexualidade que transborda a rodos. Rodriguez mostra serviço, como quase sempre, na montagem, no ritmo e na dinâmica, mostrando maior experiência a vários níveis. A música, também da sua autoria, é mais um desfile de regresso ao passado, na sonoridade muito 80s. E o raide da mini-moto entra para a galeria restrita aqui do escriba como um dos momentos mais delirantes e divertidos da história do (gasto) celulóide.

***** (Excelente)

October 5, 2007

Darth Vader alternative ending...

Para o caro Nando, no meio de tanto trabalho (daí a ausência, desculpem), sai um post fresquinho com cheirinho a Star Wars para lhe fazer a vontade...